A mídia burguesa não cansa de perseguir as Torcidas Organizadas, dando um tom terrorista em suas matérias, acusando-as de serem meras “facções criminosas.” Essa generalização midiática é fascista, pois seria o mesmo que acusarmos toda a polícia de bandida também, uma vez que quase todos os dias nós sabemos de crimes cometidos por policiais.
Sabemos que, em qualquer instituição existe a “banda pobre”, seja na polícia, nas Organizadas, na política, numa empresa e, até mesmo, em nossas famílias. É preciso separar o joio do trigo, para não estereotipar todo um grupo, o que acaba reforçando aspectos negativos.
Ha tempos, as Organizadas promovem ações sociais, doando alimentos, roupas, ajudando crianças necessitadas, além de promover um lindo espetáculo dentro dos estádios, com faixas, bateria, músicas e bandeirões gigantes que sobem sobre os torcedores. Mas esse lado não é evidenciado pela mídia.
Os aspectos da violência, que é provocada por ALGUNS componentes das Organizadas, não surgiram agora, pois tem raízes culturais e sociais profundas. Ainda sim, existem dentro das Organizadas vários outros componentes preocupados com os excessos de violência, principalmente quando existem casos de morte ou danos graves a vida dos rivais.
Uma prova disso são as manifestações de solidariedade que vêm acontecendo, após o caso do Lucas Lyra, torcedor do Náutico, que foi covardemente atingido por um tiro efetuado pelo SEGURANÇA de uma empresa de ônibus. A mídia tratou de associar essa tragédia as Organizadas, pelo fato dela ter acontecido durante um conflito entre a Fanáutico e a Jovem do Sport. Mas, não foi a torcida Organizada do Sport que atirou contra o Lucas. Portanto, o caso não se caracteriza como um crime cometido por Torcidas Organizadas.
Mesmo assim, as três Organizadas da capital (Inferno, Jovem e Fanáutico), começaram um movimento de doação de sangue para o Lucas, que se encontra internado, em estado grave. Além disso, integrantes das Organizadas participaram de uma caminhada pela paz, onde se terminou com uma grande oração ao Lucas, na frente do Hospital da Restauração.
Outra ação no sentido de diminuir o excesso de violência entre torcidas, aconteceu domingo passado (24). Os puxadores da Inferno Coral e da Torcida Jovem, do bairro de Areias, solveram organizar um encontro das 3 Organizadas, numa quadra da comunidade, para simbolizar que podem conviver de forma amigável e para mostrar que são contra casos de violência.
Paulo Ricardo, puxador da Inferno Coral Areias, organizou o encontro com Giva, puxador da Torcida Jovem de Areias.
“Muitas vezes, a gente ia brigar com os rivais, mas era no mano-a-mano (só na porrada). Agora tão querendo matar um ao outro, só por causa de torcida. Antes era de boa, mas agora não vale a pena ficar brigando” - explicou Paulo Ricardo.
“Muitas vezes, a gente ia brigar com os rivais, mas era no mano-a-mano (só na porrada). Agora tão querendo matar um ao outro, só por causa de torcida. Antes era de boa, mas agora não vale a pena ficar brigando” - explicou Paulo Ricardo.
Paulo Ricardo garante que haverá outros eventos junto com as três torcidas, onde haverá música, debates sobre violência e uma pelada entre as Torcidas Organizadas.
Que ações como esta impulsionem outros bairros a fazer o mesmo. Pois, mesmo sem a imprensa dar atenção, nós daremos um jeito de sermos a nossa própria mídia, fazendo o bem se espalhar numa velocidade qualitativa, e não meramente quantitativa, como o mal.